
É tão difícil assim?
Confusão, confusão, confusão.
Águas paradas, calmas,
Mente demente
Desespero
Morte, vida, gritos.
Falas, lágrimas
Volume irresistível
Vozes, olhos, pessoas.
Muitas pessoas
Nostalgia aflita
Machucados abertos
Olhos fechados
Mãos cerradas
Intocável,
Completamente,
Morta de vontade
Entocada,
Escondida...
Melodias secretas
Ecoam famintas
Querendo ser ouvidas
Sem som nenhum
Vontade reprimida
Prisão de alma
Liberdade, liberdade
Liberdade chora
Implora para ser liberta
Quero falar
Quero gritar
Quero chorar
Quero morrer
Quero viver
Quero correr
Quero andar
Quero sonhar
Quero ser ouvida
Mas minha voz
Inaudível
Inaudível...
Sem ouvidos, olhos...
Sem olfato ou paladar...
Não consigo tocar...
Nuvens de lágrimas,
Ar que respiro,
Vento que vai e vem
Traz o ar de volta,
Já não mais meu...
Imagem invisível
Que meus olhos vêem
E não suporto
Ter que ver,
Ter que ver
Até quando?
Até quando
Iremos acreditar
No que não existe mais?
Cor não existe mais;
Nosso mundo é preto e branco
Cada vez mais dessaturado.
Cadê?
Cadê as árvores, as flores,
Os parques com crianças nos balanços?
Cadê?
Cadê você
Que todo dia vinha ao meu encontro?
Preciso falar,
Tenho que dizer...
É tão difícil assim?
Não posso fugir,
Nem me esconder
Mas vou cair
Ardendo em chamas.
Meu espírito,
Minha dor,
E aquela cor?
Cadê?
É tão difícil assim?